A guerra, o fascismo e o futurismo.

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2. A coragem, a audácia, a rebelião, serão elementos essenciais da nossa poesia.
7. Não há beleza senão na luta. Nenhuma obra que não tenha um carácter agressivo pode ser considerada obra-prima. A poesia deve ser concebida como um violento assalto contra as forças ignotas, para reduzi-las a prostrar-se perante o homem.
9. Nós queremos glorificar a guerra, o militarismo, o patriotismo, o gesto destruidor dos libertários, as belas ideias por que se morre e o desprezo da mulher.
(pontos do manifesto de fundação futurista)

O futurismo com sua ideologia agressiva apoiava a guerra e o fascismo da Itália. O desenvolvimento da ideologia fascista depois da primeira guerra tivera sua origem em alguns aspectos distintos do futurismo, anterior a ela: como a preocupação revolucionaria com a reestruturação da sociedade e em seu culto a guerra e sua adoração da máquina. Com tudo isso em comum, os aspectos futuristas poderiam ser facilmente empregados na retórica fascista, mas a guerra havia sido um desastre, destrutivo até mesmo para o futurismo.
A idéia de uma cultura da máquina passou a ser vista com ceticismo, mas já antes disso, reações contra o futurismo já haviam surgido, primeiro com a filosofia como ciência do espírito, que insistia no domínio exclusivamente formal da arte, e depois com a pintura o enigma da hora, uma imagem metafísica para prefigurar a nova tradição italiana. Influenciadas pelo novecento a vanguarda arquitetônica milanesa começou a reinterpretar formas clássicas do mediterrâneo como uma antítese consciente do culto futurista a máquina.
Consciente de que o futurismo não podia representar uma ideologia nacionalista, o poder fascista optou, em 1931 por um estilo clássico simplificado e facilmente reprodutível e pressupunha uma monumentabilidade totalmente distante da realidade social. E o enigma da hora foi quase realizado no Palazzo della Civiltá italiana.

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